Grandes Epidemias
A história primitiva da gripe parece remontar ao tempo de Hipócrates. Acredita-se que a referência mais antiga sobre esta doença infecciosa seja contida no "Livro IV das Epidemias", onde é descrito um extenso surto de uma importante infecção catarral que afetou o Norte da Grécia no ano de 412 a.c. Nos últimos 400 anos foram descritas, em vários países, epidemias de doenças acompanhadas de arrepios, febre, tosse, dores e suores, sintomas esses que seriam atribuídos à gripe.
Na análise técnica desta doença pode-se considerar a existência de dois períodos distintos, quanto aos surtos de pandemias que acometeram os povos mundiais.
O primeiro período vai da mais remota antiguidade até 1933, data do isolamento do vírus influenza. Até esta data as descrições encontradas na literatura baseiam-se em dados clínicos e epidemiológicos. É importante destacar duas grandes pandemias deste período. A de 1889-1890 e a de 1918-1919, tendo sido esta última denominada de Gripe Espanhola, bastante conhecida de todos nós, sendo responsável, segundo dados da literatura, pela morte de cerca de 20 milhões de pessoas.
O segundo período vai de 1933 até a atualidade. Caracteriza-se pelo início das novas tecnologias, onde o emprego de métodos de diagnóstico virológicos permitiram o estudo dos surtos de infecção em cima de uma base etiológica. Neste período merecem atenção a pandemia de 1957 (Gripe Asiática com 70 mil vítimas só nos USA) e a de 1967 (Gripe de Hong-Kong com cerca de 34 mil mortos nos USA).
Os dados acima citados e descritos através da história, demonstram que a gripe mata milhares de pessoas, entretanto, ainda não recebe toda a atenção que merece.